quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Qual será a onda de investimento da próxima década?


De tempos em tempos somos surpreendidos por rentabilidades espetaculares de alguns ativos, que acabam abrindo uma janela de oportunidade para investidores construírem um belo pé de meia.


Isso já aconteceu em alguns momentos com a bolsa, commodities, ouro e com o mais popular nos dias de hoje, os imóveis. Afinal, quem aqui não conhece ao menos um caso de um imóvel que tenha duplicado de valor nos últimos 5 anos?


Muito bem. Diante disso, uma pergunta não me sai da cabeça: Qual será a nova onda de investimento da próxima década?


Vou tentar responder por eliminação.


Commodities: ainda existem muitas dúvidas quanto a intensidade da crise que assombra os principais mercados globais e sua capacidade de recuperação. Por conta disso, fica um ponto de interrogação sobre perspectivas de forte valorização nos próximos anos.


Imóveis: não acredito que continuarão subindo de preço na mesma intensidade dos últimos anos. Veja, não acredito em bolha nem nada disso, muito pelo contrário. Apenas não vejo espaço para uma nova disparada no valor do m2.

Ouro: normalmente é procurado em momentos de insegurança e incerteza quanto aos rumos da economia. Coisa que vem acontecendo nos últimos anos. Essa incerteza pode durar por mais um tempo, mas tem que perder espaço em algum momento.


Ações: outro dia um amigo reclamou: “Faz 4 anos que invisto em ações e só levo prejuízo”. Ele está certo. A bolsa brasileira vem patinando nos últimos tempos. Estamos no mesmo nível de janeiro de 2008.


E qual o futuro das ações?


Que me perdoem os pessimistas, mas acho que o cenário de longo prazo para as algumas empresas listadas na bolsa é para melhor. Digo porque:


i)              Iremos passar por algumas turbulências, mas o país irá crescer. A menos que o governo faça alguma grande besteira, o que acho difícil para quem tem planos de se manter no poder por muito tempo;


ii)             Tendência de queda na taxa de juros.


Com a redução dos juros os fundos de investimentos irão buscar novas opções para se tornarem atraentes. Terão que diversificar suas carteiras aumentando a exposição em ações, por exemplo. Trata-se de um movimento que irá beneficiar empresas sólidas, com fundamentos e gestão responsável


iii)           Outros: democratização e desmistificação da bolsa como investimento; o Brasil é visto cada vez mais como uma opção de investimento para o mercado global e por aí vai.
     

Assim, se tivesse que arriscar um palpite, ficaria com a bolsa. Mesmo sabendo que a nossa economia vem dando sinais de desgaste. Mas lembrem-se: estou falando dos próximos 10 anos e não só do ano que vem.


Você deve ter notado que não falei nada sobre o investimento em títulos públicos. Isso porque acredito que a aplicação em títulos do governo, por meio do tesouro direto, é sempre uma boa opção.


E quanto a você? Se fosse para dar um palpite sobre a nova onda, qual seria?

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

“Afinal, quem está pagando por todos esses iates?”


O título é de um artigo publicado no jornal Financial Times de Londres, traduzido recentemente pelo jornal Valor Econômico (22/Nov, Caderno Investimentos).


O tema retrata uma antiga piada de Wall Street, sobre um turista que está passeando pela enseada de Nova York e, ao olhar os iates atracados, todos pertencentes aos corretores de valores, pergunta de forma inocente: “E onde estão os iates dos clientes?”


O autor procura destacar os custos pagos nas aplicações financeiras. Já falamos disso em temas anteriores, mas nunca é demais reforçarmos o quanto isso pesa no seu bolso.


O mesmo texto menciona uma passagem do livro “The Long and The Short of It: Finance and Investment for Normally Intelligent People Who Are Not in The Industry”, onde o autor descreve com quanto bilhões o mega investidor Warren Buffett teria ficado, caso tivesse optado por contratar um gestor de fundos de investimentos, deduzindo despesas dos retornos sobre o capital investido.


De acordo com o texto, dos US$ 62 bilhões de sua fortuna atual, US$ 57 bilhões teriam ficado com o gestor e “apenas” US$ 5 bi teriam ido para o bolso de Warren Buffett.


Impressionado com o impacto dos custos no exemplo acima? Então sugiro que verifique as taxas cobradas nas suas aplicações.

sábado, 29 de outubro de 2011

O tempo passa, o tempo voa e os grandes Bancos no Brasil continuam numa boa


Quantas vezes você já ouviu a seguinte notícia no radio do seu carro enquanto estava no transito: "- O Banco “X” divulgou um lucro de "X" bilhões?"


Não sei quanto a você, mas me lembro de ter ouvido esse tipo de noticia com certa frequência.  Talvez não somente no radio, mas também de ter visto na capa de algum jornal ou em revistas especializadas.


Já parou para pensar que a divulgação de lucros expressivos dos bancos acontece independente da situação economica do Brasil?


Isso mostra a habilidade para driblar crises que os bancos locais adquiriram ao longo dos anos.


Na última 4a feira, o Bradesco divulgou seu resultado trimestral. Um lucro de R$ 2,8 bilhões (isso mesmo, são bilhões!!), referente ao terceiro trimestre de 2011.


Não vou entrar aqui na analise do resultado, pois esse não é o objetivo desse post. Para aqueles que se interessarem, podemos ter essa discussão em outra esfera.


A intenção aqui é chamar a atenção para a performance dos grandes bancos no Brasil.


Certamente os bancos estão sujeitos a altos e baixos, assim como empresas de qualquer outro setor. Mas a habilidade de driblar crises somada às perspectivas de longo prazo (lembrando que parte da população ainda não tem nem ao mesmo uma conta bancária, o que deve acontecer com a evolução da economia), torna o setor bastante atraente.


Com isso, lhe restam duas opções: i) sentar e reclamar das tarifas cobradas e achar um absurdo os lucros dos bancos no Brasil ii) juntar-se a eles e tirar algum proveito dessa situação.


Qual das opções acima você vai escolher?

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Siga os Passos dos Gigantes


Uma tática que utilizo para tentar identificar oportunidades de investimento é seguir os passos dos gigantes.


O que isso significa na prática? Nada mais do que tentar descobrir onde os grandes investidores tem colocado seu rico e polpudo dinheirinho.


Alguns nomes que incluo entre os gigantes são: Arminio Fraga, George Soros, Luís Stuhlberger e, como não poderia faltar, Warren Buffet.


Vc deve estar aí pensando como identificar os passos desses caras. Tá certo, de fato isso não é tarefa fácil, especialmente aqui no Brasil onde esse tipo de informação é mais restrita.


No entanto, algumas semanas atrás a mídia nos deu algo como um presente. Pois é, isso acontece de vez em quando. Mas não sai no Jornal Nacional, é preciso achar isso nas entrelinhas dos principais jornais impressos.


Bom, para quem não leu, a dica foi: “Warren Buffet está comprando Brasil Foods”. Essa empresa surgiu da união da Sadia com a Perdigão, e é dona das marcas Batavo, Elegê, Bovinos, além da própria Perdigão.


ATENÇÃO: Não é porque o Warren Buffet está comprando, que vc também tem que comprar. Isso deve servir apenas como um indicativo. Estude, investigue, analise e, se não tiver tempo e nem paciência para isso, consulte a ajuda de um profissional.

Boa Sorte!

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Coloque "VOCÊ" em primeiro lugar


“Vivemos hoje uma epidemia de desculpas esfarrapadas”


O título acima é de um artigo publicado no Jornal Valor de hoje, na coluna da Lucy Kellaway*.


O texto é ótimo e retrata as dificuldades que nos deparamos diariamente por conta das desculpas esfarrapadas, seja no trabalho ou no nosso dia a dia.


Ela cita alguns casos como o da jornalista que agendou uma entrevista e não compareceu, a pessoa que não foi trabalhar porque teve uma gripe ou ainda a tal da intoxicação alimentar, muito utilizada por nós brasileiros.


Certamente problemas acontecem. A questão é que muitas vezes as desculpas são utilizadas com tanta frequencia que nos deixam dúvidas quanto à sua veracidade.


Você deve estar se perguntando, o que isso tem a ver com finanças pessoais, que é o motivo desse blog.


Muitas pessoas acabam postergando suas decisões de controle, poupança e investimento, e utilizam as mais variadas desculpas para tentarem se convencer de que tem um motivo para isso.


Outro dia ouvi a seguinte frase: “- Assim que terminar a reforma da casa, vou começar a me programar melhor”. Quer dizer que, quando ele estiver literalmente “quebrado” é que vai começar a se organizar, é isso?


Pode ser ainda pior.  Tem gente que prefere fechar os olhos e jogar tudo para o destino, com frases do tipo:”- Não olho meu extrato para não ficar deprimido”. Como se isso fosse resolver algum problema.


Que isso não irá resolver nada, você já sabe. O que talvez vc não saiba é que pode ser diferente.


Por isso, pare de postergar as coisas importantes da sua vida, e coloque vc em primeiro lugar.


Boa semana!


Lucy Kellaway é colunista do “Financial Times”. Sua coluna é publicada às segundas-feiras na editoria de Carreiras do Jornal Valor Econômico