quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O que é mais rentável, contratar um plano de previdência ou investir seu dinheiro por conta própria

No jornal Valor Econômico de hoje, o colunista Mauro Calil trata de um tema que muitas vezes me questiono e frequentemente vira assunto de conversas com amigos na mesa do bar. O título é “Plano de previdência privada versus faça você mesmo”. A coluna está muito boa (quem tiver interesse, me manda um email que envio o link). O autor destaca a atração natural que temos por previdência privada. Isso se dá basicamente por duas razões: dedução no IR e fragilidade da aposentadoria do sistema público. Depois de uma série de cálculos, comparando o retorno do plano de previdência privada com a aplicação em renda fixa, chega-se a conclusão que o retorno do investimento em renda fixa é ligeiramente superior, após 10 anos de investimentos, considerando todas as taxas, deduções do IR e etc. Além disso, o fundo de renda fixa poderia gerar uma renda vitalícia e permite ainda passar o patrimônio para herdeiros, ao contrário de muitos fundos de previdência. Ainda segundo o autor, a vantagem para a renda fixa ficaria ainda mais competitiva caso o investidor optasse pela aplicação direta em títulos do tesouro e em ações de empresas pagadoras de dividendos, reduzindo assim a taxa de administração. No entanto, o texto deixa de mencionar um fator muito importante. Muitas empresas complementam o valor do plano de previdência, com o mesmo valor investido mensalmente pelo funcionário. Mesmo considerando que normalmente há um teto para isso (em torno de 7% da renda), esse cenário passa a ser o mais atraente.
Qual opção eu escolheria? Ficaria com uma combinação, aplicando no fundo de previdência privada até o limite da contribuição do empregador e, a partir daí, administraria uma carteira própria balanceada entre títulos do tesouro direto e ações. A forma de como balancear essa carteira será tema de um próximo texto. Boa sorte!

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Procure pelas pechinchas, elas estão ao seu redor

Acredito que a primeira coisa que vem a cabeça das pessoas quando se fala em escolher uma ação para investir é aquela tabela imensa da parte de Economia dos jornais impressos. Não é assim que procuro pela minha ação favorita, pelo menos não no primeiro instante. Também não é olhando a recomendação dos grandes Bancos, que nesse momento já compraram as mesmas ações e esperam vendê-las a você. O que pouca gente imagina é que selecionar uma ação para investir é relativamente mais simples que isso, basta olhar a sua volta e procurar por uma pechincha. É isso mesmo, muitas vezes as ações de uma empresa com enorme potencial, são negociadas por um preço muito inferior ao que valem de fato. Vou dar um exemplo: No início de 2009, enquanto a indústria automobilistica no Brasil vendia horrores, a crise americana derrubava as cotações das empresas ao redor do mundo. Ao mesmo tempo, uma empresa chamada Porto Seguro (PSSA3), se aproveitava da venda de veículos, já que boa parte da sua receita vem dos seguros dos automóveis. Todos falando sobre a crise americana e aqueles carrinhos da Porto circulando para cima e para baixo. Na época, mais ou menos  meados de março/2009, o preço dessa ação chegou a R$ 10,70. Hoje a mesma ação custa perto de R$ 26,70. Isso significa que quem investiu aproximadamente R$ 10.000,00 nesse papel dois anos atras, hoje teria algo em torno de R$ 27.000,00. Outro exemplo: imagine você nas estradas de São Paulo voltando do feriado prolongado. Já reparou nos milhares de carros passando pelo pedágio? Existe uma empresa administrando isso, chamada CCR. Essa empresa possui atualmente a maior malha rodoviária concedida no Brasil e atua nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. Além disso, é dona de quase 40% da STP, que opera o Sem Parar e Via Fácil. Já pensou em ser sócio de um negócio como esse? Lembre-se: comprar uma ação nada mais é do que comprar um pedacinho de uma empresa. Estive na CCR no ano passado, por outras razões, e tive a oportunidade de conversar com dois executivos dessa empresa. Gente muito boa, com a certeza de saberem onde querem chegar. É importante ouvir os funcionários de uma determinada empresa antes de fazer seu investimento, ver sua satisfação e paixão em trabalhar lá. Afinal, boas empresas são feitas de pessoas e não de números. Infelizmente parece que não fui o único a olhar para a CCR e suas ações já dispararam nos últimos meses. Mas calma, nem tudo está perdido. A boa notícia é que enquanto os analistas de bancos estão debruçados nas suas planilhas tentando encontrar o próximo papel para investir, você pode sair na frente deles e encontrar a sua própria pechincha, basta olhar a sua volta. Quando encontrar, só não se esqueça de me passar a dica.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Fundos de Investimento - Dicas para escolher o seu

Para aqueles que não tem tempo, paciência ou até mesmo vontade de fazer uma busca por ações “baratas”no mercado, existe a opção de investir em Fundos de Investimento. Mas ainda assim é importante tomar alguns cuidados nessa escolha.
A maioria dos investidores utiliza a performance do passado como principal critério de decisão, o que é algo perfeitamente natural. Mas não podemos esquecer uma das principais regras do mercado: performance do passado não garante performance futura. A boa notícia é que só o fato de entender porque é tão difícil escolher um fundo, já lhe ajudará a se tornar um investidor inteligente. Primeiramente é importante destacar que quanto melhor a performance do fundo, maiores são os desafios dos seus gestores. Quando um fundo apresenta um alto retorno, os investidores passam a direcionar mais e mais recursos a esse fundo. Isso acaba deixando o gestor com mais recursos do que opções para investir. Ele poderia, por exemplo, comprar mais ações das quais já possui, mas provavelmente faria isso a um valor superior ao que conseguiu comprar da primeira vez. É por esse motivo que fundos realmente bons fecham as portas para novos investimentos quando atingem determinado volume de recursos. Outra razão é o fato dos gestores se movimentararem para outros fundos com maior frequencia, a medida que são reconhecidos como profissionais de destaque, assim como acontece em qualquer outra área de atuação.
Então qual seria a melhor opção para o investidor na escolha do seu fundo? A solução indicada por dois profissionais que estão entre os nomes de maior destaque no que se refere a investimentos em bolsa (Benjamin Graham e Warren Buffet), é pela escolha dos fundos indexados ao indice da Bolsa, sem a pretensão de serem os melhores ou a promessa de evitarem o pior, mas simplesmente acompanharem o mercado.
Existe ainda uma sugestão de como fazer isso. Os investimentos devem ser feitos ao longo do tempo, em períodos frequentes e de preferência com base em uma moeda forte. Exemplo, investir todos os meses 100 Euros. Isso garante uma menor exposição quando o preço das ações estiver nas alturas e, por outro lado, lhe permitirá comprar uma maior quantidade de ações quando elas estiverem com o preço mais baixo. 

sábado, 1 de janeiro de 2011

Uma das minhas ações favoritas


Primeiro dia de 2011, a nova Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, tomou posse e chegou a hora de pensar de fato no novo ano. Para aqueles que se programaram e conseguiram fechar o ano de 2010 sem dívidas (o que não é exatamente o meu caso) e ainda não investiram seu 13o, gostaria de dividir alguns comentários sobre uma das minhas ações favoritas. Ë importante deixar claro que a única intenção aqui é compartilhar opiniões, e não fazer o papel de um consultor financeiro. Não tenho a menor pretensão disso.
A ação em questão é a Gerdau (GOAU4). Você deve estar se perguntando: qual é a razão de alguem investir em uma empresa com foco em infraestrutura, justamente em um momento de dúvidas quanto a recuperação da economia americana e até mesmo com relação a aceleração do crescimento da China? O fato é que ao menos parte disso já está considerado no preço atual da Gerdau, ainda que isso represente um risco para o futuro. Por outro lado, no último ano  a sua cotacão de mercado andou praticamente na contra mão da valorização do Índice Bovespa (índice que mede a evolução das principais ações negociadas). Após um ano difícil em 2009, com queda da receita e nível de endividamento significativo, essa empresa mostrou alguma evolução na sua saúde financeira em 2010, tanto do ponto de vista do aumento das vendas como da redução dos custos operacionais. Comparando dados históricos e de mercado, nota-se que existe um desconto considerável no preço do papel. Pode ser uma boa opção de investimento para o longo prazo (3 a 5 anos).
Aqui vai uma dica: nunca compre qualquer ação simplesmente porque alguém recomendou. Estude, investigue e tire as suas próprias conclusões. Se não tem tempo e nem paciência para isso, procure a ajuda de um profissional. Vou dar algumas dicas de como fazer isso em um próximo texto, sem data definida para ser escrito.